Textos


As almas se espalham, gotas de chuva
O silêncio do abandono enche as salas
Os móveis espreitam o vazio...
As luzes de incontáveis avenidas
Cospem sua luz amarela
Sobre o negro do asfalto.

Ao longe
Tão longe...
O teclar de saltos altos
Mulheres pintadas
O Arfar de almas cansadas
A bebida amarga

A boca faminta da semana se fecha
Dilacerando carne, triturando ossos...
Temo a besta que me atormenta
Não quero me sacrificar em vão...

Portanto, quem quer que sejas
Toma entre as tuas as minhas mãos...
Porque a vida é breve e fria
Aquece-me, pois
Ainda que na morte do teu sentir.

Aquece-me, tem pena de mim
Da paixão e da cruz
Das sextas-feiras sobrevividas sem razão...
Toma entre as tuas as minhas mãos
Faz teu o meu coração.



alexandre gazineo
Enviado por alexandre gazineo em 07/08/2012
Alterado em 28/05/2013


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